Tuesday, February 5, 2013

Tratando a acondroplasia com peptídeos específicos contra o FGFR3


A Companhia Yissum de Desenvolvimento e Pesquisa da Universidade Hebraica de Jerusalém está em busca de parcerias continuar o desenvolvimento da estratégia que criou para bloquear a atividade do receptor do fator de crescimento de fibroblastos tipo 3 (FGFR3) na acondroplasia.

Para mais informações visite: http://www.ittn.org.il/technology.php?tech_id=61365 (inglês).

Peptídeos são cadeias curtas de aminoácidos, que podem possuir, como as parentes maiores proteínas, propriedades químicas específicas que por sua vez podem provocar ou bloquear certas reações nas células. Neste caso específico os investigadores desenvolveram uma série de peptídeos com especificidade significativa para o FGFR3. Com elevada afinidade para este receptor, esses peptídeos poderiam ligar-se a ele e bloquear a sua atividade.

Não consegui encontrar qualquer publicação sobre esta estratégia, mas existem abordagens semelhantes que estão sendo exploradas por outros grupos, como você pode ver visitando este artigo anterior do blog.

Novas perspectivas, novos desafios

O conceito peptídeo é interessante, no entanto, há uma série de questões naturais que devemos fazer:

Primeiro, estes peptídeos são específicos o suficiente para funcionar apenas contra o FGFR3? Devemos lembrar que o FGFR3 tem três proteínas irmãs, todas apresentando uma grande homologia (possuem partes químicas semelhantes dentro de sua estrutura). A especificidade é sine qua non. Não queremos bloquear outras enzimas em uma criança com acondroplasia.

Segundo, a afinidade química é fundamental, mas precisamos saber se eles iriam funcionar diretamente tanto em células (in vitro) e em modelos vivos (in vivo). Algumas estratégias podem trabalhar in vitro, mas podem falhar in vivo.

Em terceiro lugar, peptídeos são vítimas naturais de enzimas especializadas presentes no sangue, nos tecidos e células (peptidases), as quais os desativam. Isto significa que é improvável que pudessem ser administradas sem proteção, de modo que seria necessário um sistema de transporte ou que tenham uma estrutura química protegida. Você certamente se lembra que o CNP é um peptídeo. O análogo do CNP chamado de BMN-111 é um peptídeo que foi desenvolvido para resistir mais tempo à ação dessas enzimas (revisto aqui). Assim, uma boa pergunta que alguém poderia fazer sobre peptídeos em desenvolvimento  é como eles chegariam à placa de crescimento e aos condrócitos. Revisamos, também, este tema neste artigo do blog. Neste contexto, alguns estudos recentemente publicados descrevem métodos diferentes para ajudar moléculas frágeis a chegar ao osso e eu pretendo escrever uma nota sobre eles em breve.

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